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quinta-feira, 10 de março de 2016

O vício incontrolável de ler

Entre 5 e 6 anos li meu primeiro gibi, era da “turma da Mônica”, se não me engano, desde aquela época adquiri um vício que nunca mais me abandonou, o de ler. Gostava de ler para passar o tempo, para entrar nas histórias no mundo das personagens e para sonhar, meu vício cresceu tanto que comecei a ler tudo o que via pela frente, bula de remédio, manual de equipamentos eletrônicos, jornais, etc. Tudo que tinha letras me cativava,  lembro-me que na 5ª série havia um programa na escola, uma competição, para ver quem lia mais livros no mês  e o vencedor ganhava, claro, um livro (rsrs) nunca ganhei, sempre perdia para um amigo que estudava na mesma sala, eram livros infantis e infanto-juvenis e a competição apimentava nosso vicio, chegava a ler 15, 20 livros por mês.

A coleção vaga-lume era algo sensacional de se ler meus primeiros livros foram Xisto no espaço e Xisto e o pássaro cósmico, depois vieram outros como o caso da borboleta atíria, um cadáver ouve rádio, o mistério do cinco estrelas e por aí vai. Cada dia que passava lia mais e mais a cada dia e adorava, muitas vezes cheguei a pensar que tinha visto o filme e discutia com os amigos que não conseguiam lembrar daquele filme até que me dava conta de que não era realmente um filme, era um livro mas eu conseguia lembrar de imagens que nunca tinha visto com os olhos, só com a mente por trás de palavras.


Lembro-me também quando havia reunião de família e os irmãos (meu pai e seus irmãos) queriam testar (e exibir) seus filhos, no caso meus primos, meu irmão e eu. Alguns de nossos desafios eram ler poemas em voz alta dando ênfase as rimas para sermos avaliados pelos tios ou algum cordel, que como bons cearenses tínhamos que recitar. Bons tempos aqueles, só estudava, brincava e lia, não necessariamente nesta ordem.


Com o passar dos anos novas responsabilidades e rotinas vão diminuindo seu dia, seu tempo para leitura. Nos últimos anos tenho tentado manter uma média de ao menos 15 livros por ano, algumas vezes consegui alcançar a meta outras não. Estudando para alguns concursos e provas, faculdade e todas as coisas passei a ler também artigos científicos mas não contam como livros, estão fora da meta.
Alguns livros li mais de uma vez, o Livro de Mórmon, por exemplo, devo ter lido umas 14 vezes que me lembro, o alquimista de Paulo Coelho umas 3, entre outros. Alguns livros são viciantes por si só e posso lê-los e relê-los sem me cansar.

Há alguns dias atrás me disseram que todas as pessoas ditas “normais” devem ter um vício, seja ele qual for, e foi pensando nisso que resolvi escrever essas recordações, afinal sou mais leitor do que escritor.


Em tempos em que várias drogas novas aparecem a cada dia, viciando jovens e idosos sou feliz por na tenra infância ter adquirido um vício, na verdade um bom vício e que aparentemente esse é também hereditário pois minhas duas filhas já iniciaram nessa jornada.

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